Uma das preocupações frequentes e que gera muitos desafios na Medicina Humana e Veterinária, está relacionada ao envelhecimento. Na última década devido ao aumento na estimativa de vida, principalmente em cães, caracterizado pela disponibilidade qualitativa e quantitativa nos métodos de diagnóstico, surgiram novas terapias e melhoria no manejo para o mundo animal (BELLOWS et al., 2015).
A atenção cada vez mais voltada aos pacientes idosos, não se dá apenas pelo fato de apresentarem maior tendência a afecções sistêmicas e neoplasias, mas também pelos quadros degenerativos, incluindo distúrbios encefálicos como a disfunção cognitiva canina (DCC) (CALVO, 2018).
A prevalência de DCC varia de 14 a 35% em cães com mais de oito anos, e o risco de desenvolver aumenta exponencialmente com a progressão da idade. A Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma desordem neurodegenerativa progressiva de cães idosos, caracterizada por um declínio da função cognitiva. Dentre as variações comportamentais, destacam-se os principais sintomas: agressividade, disfunção cognitiva, ansiedade de separação, vocalização, micção em locais não habituais (CALVO, 2018).
As alterações que os cães idosos podem apresentar no sistema nervoso são: atrofia cortical, aumento do tamanho ventricular, dilatação dos sulcos, espessamento das meninges, estreitamentos dos giros, mineralização meníngea, lesões perivasculares, perda dos neurônios, acúmulo de placas senis e danos oxidativos (GNEIDING, et al., 2018).
A Fotobiomodulação descreve o uso de Luz Vermelha ou Infravermelha para estimular ou regenerar o tecido. Foi descoberto que os comprimentos de onda do Infravermelho (800-900 nm) e Vermelho (600 nm) diodos emissores de luz, são capazes de penetrar no crânio e têm potencial para melhorar a atividade celular, aumentando a oxigenação, células-tronco neurais, regeneração e melhora cognitiva. Diferentes estudos experimentais e clínicos foram realizados para testar a terapia para lesão cerebral traumática com resultados promissores, para maximizar efeitos positivos desta terapia e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com TCE (SANTOS; et al, 2018).
Na aplicação do Laser Transcraniano, ele irá atingir o tecido nervoso, produzindo assim, células-tronco neurais, que será fundamental na manutenção de cognição, pois a irradiação do Laser tem estímulo na sinapse; neuro regeneração, aumentando a vascularização, aumenta oxigenação, modulando todo tecido nervoso. Este tratamento pode ser utilizado em várias neuropatias, como Síndrome Cognitiva do Cão Idoso, Síndrome Vestibular, lesões medulares, entre outras patologias (HAMBLIN; HENNESSY, 2018). A aplicação pode ser feita no occipital, onde tem 11,7% de absorção, temporal, que possui 0,9% de absorção, e frontal 2,1%, passando por todas as camadas alcançando o córtex cerebral.
Portanto, estudos comprovam a eficácia da fotobiomodulação transcraniana, que traz melhora da atividade celular aumentando a oxigenação, células-tronco neurais e regeneração, pois é segura, tem atividade antiinflamatória para o tratamento da neurodegeneração com fótons que estimulam as mitocôndrias, e um aumento na produção e densidade de dendritos no hipocampo, juntamente com o crescimento geral em dendritos e sobrevivência neuronal.